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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Fortaleza- O Tempo.


Fortaleza - O tempo.

Desenho feito por um jovem rapaz que assistiu ao Concerto em Fortaleza.

Depois de 08 horas de ônibus chegamos de Paulo Afonso, Bahia. Depois de 05 horas de avião chegaram
                                                              Theo. foto Flavio Barollo.
de São Paulo. Duas turmas. E dessa vez com uma junção diferente de pessoas, novos olhares . Lembrei de quando viajamos para o circuito do Miriam Muniz, em 2010, que passava pelo Ceará e Pernambuco. Fabiana Barbosa não pode nos acompanhar por conta de seu pequeno Theo. Na época bebê, recém chegado nessas bandas. Ele que até o oitavo mês brincou de Patativa dentro da sua barriga , agora está aqui brincando, contando histórias com seu irmão Miguel, dando recados, montando cenário, rindo... O tempo. Nessa roda agora temos essas alegrias das descobertas inocentes e curiosas ao  nosso lado. Talvez seja para dar um respiro, ou uma lembrança de que o tempo caminha, apesar de nós.                                                                           
  
                                                            Miguel. foto Flavio Barollo.

No Centro Cultural Banco do Nordeste aportamos. Ficamos em um espaço cercado por rotundas pretas, com vãos nos lados deixando aquela brisa de mar refrescar um pouco o calor intenso daqui, embora inverno.  Três apresentações lotadas, muitos encontros e reencontros. Reencontro com Juliana Gomes, nossa produtora durante alguns anos e amiga querida  que agora se afastou para gerar o rapazote que habita sua barriguinha de seis meses. Encontro com Dona Leonarda, delicada mulher, neta de moradores do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto. Seus avós estavam lá no dia do bombardeio. Os dois tiveram que se separar e um foi pra Pernambuco e outro pra outra cidade dentro do Ceará . Não mais se encontraram. Um achava que o outro havia morrido que suas histórias e corpos haviam sido soterrados pelo tempo. Passaram-se 20 anos. Se reencontraram e então o suspiro de alívio por estarem vivos. 
Juliana Gomes. foto Flavio Barollo.

Por aqui começamos a filmar nosso documentário: na estátua em tamanho natural do Patativa ali no lindo Dragão do Mar, no pier que conduz ao mar azul, ou verde ( ou os dois), no Teatro José de Alencar. E nesse último, um dos nossos desejos foi realizado: o de cantar nesse belíssimo espaço que carrega consigo histórias do nosso país. Como a de Mauro Coutinho que foi a primeira pessoa a receber o DRT de sonoplasta no Brasil. Seu Mauro respira o teatro. Quando fala , quando caminha, temos a certeza que carrega a alma daquelas paredes, daquele chão. Aqui no Ceará existe esse aconchego e somos tão ligados a esse estado que nos sentimos daqui. Com o coração também aqui.
O tempo... É o que nos "arrudiô'  nesse trecho do caminho. E através dele nos encontramos naquele vão entre o olhar inocente e o olhar curioso de uma criança de 10 anos. Como os de Miguel. Talvez não mais naquele tempo dilatado que absorve o mundo, ali, infinito diante dos pés. Mas nas passadas mais calmas que tentam achar porto e  rotas ideais (ou pelo menos tem a tentativa de).  Maças "amaduradas".
Que o trajeto seja pleno.Que a viagem seja boa.


"Um dia eu senti um desejo profundo de aventurar nesse mundo pra ver onde o mundo vai dar.
                  Cante lá que eu canto cá, no Teatro José deAlencar.
foto Flavio Barollo.
Saí do meu canto na beira do rio e fui pra um convés de navio seguindo pros rumos do mar. Pisei muito porto de língua estrangeira, amei muita moça solteira, fiz muita cantiga por lá. Varei cordilheira, geleira, deserto, o mundo pra mim ficou perto e a terra parou de rodar."








                                                                 Em Fortaleza, CCBN. foto Alécio Cezar.




















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