Fortaleza - O tempo.
Desenho feito por um jovem rapaz que assistiu ao Concerto em Fortaleza. |
Depois de 08 horas de ônibus chegamos de Paulo Afonso, Bahia. Depois de 05 horas de avião chegaram
Theo. foto Flavio Barollo. |
Miguel. foto Flavio Barollo. |
No Centro Cultural Banco do Nordeste aportamos. Ficamos em um espaço cercado por rotundas pretas, com vãos nos lados deixando aquela brisa de mar refrescar um pouco o calor intenso daqui, embora inverno. Três apresentações lotadas, muitos encontros e reencontros. Reencontro com Juliana Gomes, nossa produtora durante alguns anos e amiga querida que agora se afastou para gerar o rapazote que habita sua barriguinha de seis meses. Encontro com Dona Leonarda, delicada mulher, neta de moradores do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto. Seus avós estavam lá no dia do bombardeio. Os dois tiveram que se separar e um foi pra Pernambuco e outro pra outra cidade dentro do Ceará . Não mais se encontraram. Um achava que o outro havia morrido que suas histórias e corpos haviam sido soterrados pelo tempo. Passaram-se 20 anos. Se reencontraram e então o suspiro de alívio por estarem vivos.
Juliana Gomes. foto Flavio Barollo. |
Por aqui começamos a filmar nosso documentário: na estátua em tamanho natural do Patativa ali no lindo Dragão do Mar, no pier que conduz ao mar azul, ou verde ( ou os dois), no Teatro José de Alencar. E nesse último, um dos nossos desejos foi realizado: o de cantar nesse belíssimo espaço que carrega consigo histórias do nosso país. Como a de Mauro Coutinho que foi a primeira pessoa a receber o DRT de sonoplasta no Brasil. Seu Mauro respira o teatro. Quando fala , quando caminha, temos a certeza que carrega a alma daquelas paredes, daquele chão. Aqui no Ceará existe esse aconchego e somos tão ligados a esse estado que nos sentimos daqui. Com o coração também aqui.
O tempo... É o que nos "arrudiô' nesse trecho do caminho. E através dele nos encontramos naquele vão entre o olhar inocente e o olhar curioso de uma criança de 10 anos. Como os de Miguel. Talvez não mais naquele tempo dilatado que absorve o mundo, ali, infinito diante dos pés. Mas nas passadas mais calmas que tentam achar porto e rotas ideais (ou pelo menos tem a tentativa de). Maças "amaduradas".
Que o trajeto seja pleno.Que a viagem seja boa.
"Um dia eu senti um desejo profundo de aventurar nesse mundo pra ver onde o mundo vai dar.
Cante lá que eu canto cá, no Teatro José deAlencar. foto Flavio Barollo. |
Em Fortaleza, CCBN. foto Alécio Cezar. |
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