por Rodrigo Mercadante
Essas viagens, longas viagens de trabalho sempre parecem que não vão acontecer até que colocamos nossos pés no Aeroporto, na rodoviária, quando botamos nossos pés na estrada. Chegamos a Guarulhos e em São Paulo chovia, chovia fino.
"Meu São Paulo da garoa
Londres das neblinas finas..."
As transformações, as metamorfoses dos Brasis acontecem dentro dos saguões dos aeroportos, dentro da barriga do avião!Somos Jonas na barriga da baleia!
De São Paulo a Recife, de Recife a Juazeiro o céu se abre, o azul se impõe, as roupas se colorem e as cores se adensam, os rostos que exibiam uma neutralidade polida pouco a pouco dão lugar aos rostos marcados pela tristeza e pelo sol, mas vocacionados para o exercício de uma alegria fácil e expansiva. A cada milha percorrida as palavras se adoçam e passam a correr mais fluídas e fáceis, menos práticas e úteis. O empresário afrouxa a gravata,a mulher importante tira o salto e estica as pernas. Quando pousamos em Juazeiro todo avião falava ao mesmo tempo, se desentedia e milagrosamente se entedia.
O homem polido se esquece do francês e do inglês e revela a bagunça suarenta do homem cordial.
Seu Patativa do Assaré estava sentado na cadeira 1C do voo Recife Juazeiro. Soube imediatamente que estavamos em boas mãos...
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