Teatro
Em maio desse ano, participamos do "17th Assitej world congress and perfoming arts Festival for young audiences",em Copenhagen, na Dinamarca. É um encontro que acontece a cada dois anos em locais diferentes do mundo e também com espetáculos de todos os continentes. Uma semana em que é possível assitir peças da Rússia, Espanha, Canadá, Turquia,Japão, Dinamarca , Lituania, Austrália, Brasil, e por aí vai...Fomos representar o Brasil juntamente com o Grupo Sobrevento que se apresentou no mesmo festival que se estendeu também a Malmoe, na Suécia, que é bem ao lado da Dinamarca. Fizemos seis apresentções por lá! Grande oportunidade de troca com pessoas do mundo inteiro que estão pensando, trabalhando e sentindo a arte.
equipe do teatro e do festival
E dentro disso, dessa troca, é que surgem também as dúvidas: como fazer um espetáculo que tem a palavra como presença fortíssima no desenrolar e entendimento dela num lugar onde ninguém fala sua língua? Claro que uma peça se "traduz" também pelo entendimento por outras vias que não só a racional! Mas é muito diferente você dizer um poema do Patativa(que já tem uma característica tão única por si só) num ambiente assim. Bom, depois de muita conversa, reuniões regadas à vinho, música e preocupações com o " se fazer comunicar", chegamos a conclusão de fazer uma apresentação totalmente em português, outras com a Rádio em inglês( e poemas, canções e depoimentos em português) e, por fim, algumas traduzindo também os depoimentos.
Experiência riquíssima o " se fazer entender' em outras paragens! Como disse o Rodrigo em sua fala na cena da seca, na qual ele interrompe a peça, estávamos num lugar em que a grande maioria usava o inglês pra se comunicar (como já é sabido no mundo todo!),mas a língua-mãe local era o dinamarquês, a nossa era o português e na platéia, nossa, provavelmente umas dez línguas maternas diferentes em cada sessão!!! Todos éramos ali um pouco estrangeiros, fosse na língua, no solo, na construção de pensamento...
Porém, a dor da morte, a seca , seja ela a de fome ou de alma, o amor, as perdas, ultrapassam qualquer fronteira. Clichê mais que verdadeiro! rs e vai bem de encontro, óbviamente, com a proposta do festival " Building Bridges - Crossing Borders", algo como " Construindo Pontes - Atravessando Fronteiras". E a cena em que escrevemos o nome das cidades das pessoas da lona então... se tranformou numa espécie de mapa mundi!
E pensar que Patativa dizia sempre: O que é que eu vou fazer no estrangeiro se nem a minha língua eu sei falar direito."
Pois sua poesia é universal!Voa longe!
Viva a poesia brasileira pelo mundo! Viva Patativa do Assaré!
por Karen Menatti
fotos de Alécio Cezar
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