Segundo o geógrafo chinês Yi-Fu-Tuan, professor emérito da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, a noção de lugar se dá pelas relações afetivas que as pessoas estabelecem com determinados espaços. A própria historia de Yi-Fu-Tuan reflete a história de migrantes - cada vez mais comum em nosso mundo pelo aumento da proximidade dos lugares devido ao desenvolvimento dos transportes, mas também a outros fatores sociais, como por exemplo, as guerras e o desemprego. Se hoje são principalmente esses movimentos que geram e incentivam os fluxos migratórios, antes eram os fatores naturais que expulsavam as pessoas dos lugares onde viviam atraídas pela esperança de uma vida melhor em outras terras.
A região do Cariri, localizada no sul do estado do Ceará, na divisa com Pernambuco, notabilizou-se pela migração sempre presente em decorrência da seca. A chapada do Araripe, impedindo a passagem de nuvens carregadas que rumam do litoral atlântico em direção à Amazônia, faz com que essas águas ali permaneçam e irriguem naturalmente o solo. Isso favoreceu o desenvolvimento da agricultura e a prosperidade da região. Entretanto foram inúmeras as secas que ali também ocorreram obrigando os sertanejos, mesmo com o pouco recurso, a ir embora.
A apresentação da Cia. Do Tijolo - paulistana nascida em 2009, filha de paulistanos, pernambucano, mineiro, paranaense, catarinense e capixaba - em Fortaleza reflete essa história e fez arrepiar quem por lá, como eu, teve o privilégio de assistir. Quando a platéia, em coro, ao primeiro acorde começa a cantar a letra e música composta em 1956 por Venâncio, Corumba e Guimarâes - por sinal os dois primeiros eram atores de teatro - mesclando moda de viola e repente, e eternizada por diversos intérpretes da música brasileira, fica difícil conter a emoção, mesmo para mim, que já assisti a dezenas de vezes ao espetáculo. O coro entoando “A vida aqui só é ruim/ Quando não chove no chão/ Mas se chover dá de tudo/ Fartura tem de montão” emociona, pois revela na face de cada um essa herança colonial tão arraigada ainda hoje em nossa cultura e em nossas almas. “O Último pau-de-arara” expressa mais que nenhuma outra, a realidade da seca que, infelizmente, devido à ganância dos homens ricos, ainda hoje persiste.
Essa relação de pertencimento e paixão a um lugar, tão cara em tempos de globalização, perfeitamente expressa nessa canção no refrão “Só deixo meu Cariri/ No último pau-de-arara” é exaltada pela Cia do tijolo em um dos pontos altos do espetáculo, ao convidar o público, um a um, a escrever com giz, na lona de caminhão que reveste o palco, o nome do seu lugar. A sensibilidade dos atores ao contracenar com o público permite ao espectador sentir-se à vontade. Logo a lona está cheia de nomes de cidades diversas, inclusive estrangeiras, revelando no palco as geografias íntimas de um Brasil migrante.
O cenário composto por tijolos, lamparinas, brinquedos baratos, como um pião e um avião de madeira, enxadas, potes, sinos, lousas, carrinho de mão e tecidos de renda sugere uma paisagem pobre, seca, típica do sertão brasileiro e reflete o espaço que permitiu o florescimento da poesia de Patativa, poeta cearense, nascido em Assaré, na região do Cariri. Camponês arraigado à terra, Patativa enxergava o mundo através do seu lugar. Esse pensamento guiou a construção da peça Ispinho e Fulô, nome adotado de um livro de poesias de Patativa pela Cia. Do Tijolo. Cada ator apresenta a sua visão, a sua geografia íntima, do que para ele é o sertão. A fé desesperada, a loucura, a vida de gado, o estranhamento, o abandono...
O mapa do Brasil desenhado no centro do palco não deixa margem a dúvidas: o território da poesia se abre pelas mãos de Patativa ao convidar o grupo de atores a dar uma volta pelo sertão. Tampouco a discussão sobre o poder, tão presente na obra de Patativa, é esquecida. Foram diversos os massacres que ocorreram nesse imenso país continental em nome de uma suposta integração nacional. A história do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto é uma dessas histórias que lembrada em versos pelo poeta é incorporada à dramaturgia. Caldeirão nunca vai acabar pode sugerir duas coisas: a dominação e a repressão sempre estarão presentes, mas também a resistência. O jogo do poder torna-se explícito, e faz dessa peça uma das mais belas poesias acerca do Brasil.
Vicente Torres Tomazi (Vico)
Lamentável a postura dos dois "atores" principais na apresentação de ontem no SESC-PB. A mídia paraibana divulgou amplamente a peça. A metade do público foi barrada, por má logística do evento, e ainda por cima deveria ter permanecido em silêncio. Um dos "atores" disse arrogantemente, interrompendo a peça, que a peça tinha ganho prêmio Shell e que a peça iria pra Dinamarca, que não esperava isso de João Pessoa, tera de artistas do palco etc. O outro, em dado momento, saiu de cena e foi calar o público externo que estava separado do interno apenas por um fino pano. A peça é apenas a primeira parte do evento 8º festival poesia encenada, promovido pelo SESC-PB. Além da 1ª elimitatória havia o Parede Poética. Lastimável como esse pessoal de SP é preconceituoso e se acha superior aos demais. Que vivam a humildade apregoada por Patativa do Assaré, tema da peça da noite. Abs. Ed Porto
ResponderExcluirMeu querido Ed, infelizmente você se engana em relação a alguns pontos: em primeiro lugar, não somos "o pessoal de São Paulo", como você escreve acima. Se você tivesse conseguido prestar atenção ao espetáculo( provavelmente foi difícil, devido ao barulho insuportável), teria percebido que somente 1 dos integrantes do elenco é Paulistano. Todos os outros vem de lugares diferentes do Brasil. O ator que você critica,nasceu em uma família de 20 irmãos, no meio do sertão pernambucano e só chegou em São Paulo aos 20 anos de idade.
ResponderExcluirEm segundo lugar, alerto para o seu conceito de humildade. Creio que você confunde humildade com fraqueza e falta de sangue nas veias.Fraco Patativa nunca foi, muito menos covarde! Conhecia e defendia a qualidade do que fazia, sem pudores.É muito pouco provável que ele aceitasse interrupções e algazarra enquanto dizia seus poemas.Acho que ele aprovaria nossa atitude e ainda acharia pouco!
Em terceiro lugar, aproveitar- se de situações sérias e graves, como "preconceito contra nordestinos, para usar como argumento e desculpar o indesculpável é usar de má fé.
Enfim, creio que sua opinião deve continuar constando de nosso blog, apesar de não ser a opinião da maioria dos espectadores presentes na noite de ontem. Fomos aplaudidos quando pedimos silêncio e ao final, recebemos, apesar das condições adversas, um dos maiores aplausos de nossos dois anos de estrada.
Recebemos sim o Prêmio Shell de melhor pesquisa sonora, nos orgulhamos muito disso, e ficamos tristes por você não ter podido perceber as sutilezas de nosso trabalho musical e sonoro, pois sutileza exige também silêncio e calma.
Somos uma companhia que respeita profundamente o nordeste e o Brasil, por isso não aceitamos apresentar um trabalho "mais ou menos" a uma platéia maravilhosa como a de ontem. Isso é amar João Pessoa de verdade. Sua postura é que demonstra o que há de pior em qualquer ser humano: a condescendência e a falta de vontade de melhorar o que pode ser melhorado.
Pessoal de São Paulo,
ResponderExcluirInfelizmente o respondente desta missiva assina como Cia. do Tijolo, talvez com falta de coragem de assumir a peleja.
Não me engano com relação a nenhum dos três pontos citados:
1) A mídia local os apresenta como um grupo de SP: “Hoje, às 19h30: Ispinho e Fulo, da Cia. do Tijolo/SP (Caderno Vida&Arte, Jornal da Paraíba, 06/04/11) e ‘Concerto de Ispinho e Fulô’, da Cia. do Tijolo de São Paulo (Caderno 2, Correio da Paraíba, 06/04/11). O folheto do SESC, intitulado Palco Giratório 2011, idem: “Cia. do Tijolo/SP”. Assisti quase toda a “peça” e vi onde nasceram. Aliás, gastaram boa parte de minha paciência ao entoarem o refrão de Último Pau de Arara (Venâncio, Corumbá e J. Guimarães) mudando a palavra “cariri” pelo local de nascimento de vocês e de alguns do público, talvez na tentativa de agradar-lhes. O “espetáculo” é maçante, longo e possui um enredo misto de humor com a saga de Patativa. Os músicos tocam o básico e há excesso de barulho (chocalhos). Prestei atenção até onde o suportei (coincidiu com o momento em que vitimaram um espectador com um tijolo. Acidente ou imperícia?). O barulho do público barrado não estava insuportável. Um dos 2 “atores” que critico é pernambucano. O outro é de BH. O pernambucano já perdeu seu sotaque, embora só tenha chegado à metrópole de São Paulo aos 20 anos. Isto parece demonstrar a sua pouca originalidade e personalidade do cabra. O de BH também foi indelicado ao sair da peça e pedir ao público externo que emudecesse. Sorte não ter levado uns tapas.
2) O meu conceito de humildade é mundial: “quem sabe, não precisa dizer que sabe”. O pernambucano soberbo foi deselegante ao arrolar o currículo da famosa “peça” que foi assistida em silêncio até pelos de Quixeramobim (CE), em praça pública, porém não teve o mesmo respeito dos pessoenses, reconhecidos como da Terra de Atores. Emendou com um: “iremos nos apresentar na Dinamarca”. Isso é falta de humildade. Isso é arrogância. E vomitada na terra de atores no naipe dos que fazem o Grupo Piollin. Estes sim rodaram o mundo com a PEÇA Vau da Sarapalha. Um deles tava lá, aparentemente com paciência, assistindo a “peça” de vocês. Não sei se Patativa aceitaria “interrupções e algazarras”. Ele foi sábio e declamaria seus poemas para todos, e não para alguns. Vocês deveriam apresentar sua “peça” para todos. A idéia de apresentá-la para alguns foi infeliz.
3) Infelizmente muitos no sul e sudeste do Brasil ainda se pensam superiores aos do restante do país. A jactância ao debulhar o currículo dos “atores” e a forma deseducada como se dirigiram aos pessoenses são evidências fortes de preconceito. Algo como: nós somos premiados e merecemos o silêncio do público que não nos assiste agora (o público externo). Os de João Pessoa são mal-educados: até os de Quixeramobim (preconceito ou não?!) nos ouviram.
Espero que esta minha opinião (réplica) continue constando no seu blog (ou serão censores também?). A opinião da maioria dos espectadores presentes na noite de ontem não é a única nem a correta. Perceberam que a metade do público interno se foi antes do fim do “espetáculo”? Se aplausos lhes satisfazem, continuem em busca deles. A crítica deve ser assimilada com humildade para que concertem os erros do Concerto. Há prêmios e há prêmios. O eixo Rio-São Paulo não considera, muitas das vezes, o que rola fora dele. Se vocês precisam de silêncio e calma, não cometam mais o erro de deixar metade do público do outro lado do muro (cortina). Ou então, façam como João Gilberto: desliguem o ar-condicionado. Não precisam ser rudes com aqueles que foram lhes ouvir. Assumo que sou condescendente, mas com o público e não com a atitude de vocês. Agora é a vez de vocês assumirem: assumam que querem melhorar. E “Por favo, não mêxa aqui, que eu também não mexo aí. Cante lá, que eu canto cá”
Saúde e sorte. Ed
Quanta agressividade e quantas palavras desnecessárias Ed! Concordo plenamente que a questão do preconceito que você quis levantar não se encaixou na apresentação de ontem.
ResponderExcluirDiferente de você, eu senti uma indignação dos atores e equipe quanto a organização do SESC. Em momento nenhum,nada me soou como agressivo e preconceituoso. Se tudo isto poderia ter sido evitado? Provavelmente! Mas o espetáculo teria continuado sobrevivendo e se arrastando em meio a tanto desrepeito com os artistas.E isso definitivamente, acredito eu, não era a intenção de ninguém alí.
Senti uma falta de respeito absurda das pessoas que estavam do outro lado não só com os atores, mas também com todo o público que tentou chegar mais cedo para conseguir um lugar para assistir. Cabe a nós perguntar ao Sesc ou a próprio companhia o por quê de não ter sido avisado ao público que o espetáculo tinha quantidade limitada de expectadores.
Talvez por um preconceito seu, todas as palavras podem ter soado como prepotentes e arrogantes. Vou destacar um trecho em sua afirmação que foi completamente diferente do que eu ouvi e senti:
"Algo como: nós somos premiados e merecemos o silêncio do público que não nos assiste agora (o público externo). Os de João Pessoa são mal-educados: até os de Quixeramobim (preconceito ou não?!) nos ouviram." Pelo contrário, senti que eles estavam querendo mostrar que por conta de todo o ruído que estava nos rodeando, poderíamos estar deixando de ver a beleza de um espetáculo que já foi reconhecido até com um prêmio com a qualidade do Shell.
Como podem perceber, para mim esta frase teve um significado completamente diferente.E vale salientar que o receptor da mensagem pode influenciar sim na compreensão e decodificação dos signos emitidos. Talvez tenhamos nisso a resposta para tudo.
Queria eu que metade do público interno tivesse saído antes do fim do espetáculo, já que eu era uma das muitas que estavam assistindo e admirando a peça mesmo de fora do local proposto para a encenação.
Bom, acho que já falei demais onde queria apenas comentar. Críticas são muito construtivas, analisem e vejam onde ainda há necessidade de conserto e tudo ficará melhor.
Cresci culturalmente ontem!
Só um acréscimo: realmente não havia necessidade do levantamento "iremos nos apresentar na Dinamarca".
ResponderExcluir“Senti, senti, senti.” Você sente e parece não usar a razão Rebeca. “São só dois lados da mesma viagem/o trem que chega é o mesmo trem da partida” (Milton Nascimento). Eu tb sinto, mas uso o quengo de vez em quando. E quengo né pra só receber tijolada como o pobre do espectador de ontem. Vc diz: "Senti uma falta de respeito absurda das pessoas que estavam do outro lado não só com os atores, mas também com todo o público que tentou chegar mais cedo para conseguir um lugar para assistir.". Eu digo: “Senti uma falta de respeito dos atores que estavam do outro lado não só com as pessoas que vieram lhes assistir, mas também com todo o público pessoense que, segundo eles, é mal-educado.” Ninguém avisou que tinha que chegar mais cedo “para conseguir um lugar para assistir.” Ninguém é obrigado a ficar mudo por mais de 2h, principalmente quando se é barrado no baile. Eu também: “Senti uma falta de respeito do SESC para com todas as pessoas: as de dentro e as de fora”. Coube a mim perguntar “ao Sesc ou a próprio companhia o por quê de não ter sido avisado ao público que o espetáculo tinha quantidade limitada de expectadores.”. Perguntei a Chico Noronha, Kleiton e Anne (todos da organização do SESC): “Por que o espetáculo não foi para todos?”. Resposta: por que a Cia. do Tijolo “não queria quantidade de pessoas, mas sim qualidade”. Deu no que deu. As estrelas da noite acharam que eram o centro das atenções e bulhufas para o Poesia Encenada e para o Parede Poética (By the way, leu meus poeminhas?). Viu que mais da metade do público original foi embora? Lastimável. Difícil juntar gente pra curtir poesia. Quando junta... Vc soube que os alunos foram convidados a sair do recinto? Culpa da opção por qualidade da Cia. e culpa do SESC que acatou. Preconceito meu? Nunquinha Rebeca. Se quiser me conhecer, é só não ter preconceito com homem casado. Aí a gente bate-papo ao vivo e na boa sobre tudo e todos.
ResponderExcluirVeja vc sentindo de novo: “senti que eles estavam querendo mostrar que por conta de todo o ruído que estava nos rodeando, poderíamos estar deixando de ver a beleza de um espetáculo que já foi reconhecido até com um prêmio com a qualidade do Shell.” Já falei sobre prêmios e sobre o “espetáculo”. Se fosse apenas sobre Patativa, seria palatável. O problema é que os caras misturaram alhos com bugalhos e encheram lingüiça um tempão. Senti e pensei isso e vi.
Opa começamos a concordar! Veja: “... o receptor da mensagem pode influenciar sim na compreensão e decodificação dos signos emitidos. Talvez tenhamos nisso a resposta para tudo.” Nossos signos foram compreendidos e decodificados de modo distinto. O que de há de mal nisso? Somos diferentes né? Eu vi o fim Rebeca e a metade do público original tinha saído sim. Concordamos de novo: “... a peça mesmo de fora do local proposto para a encenação.” Eu acrescentaria: “COMPLETAMENTE inadequado”. Mais uma concordância no seu próximo post: “Só um acréscimo: realmente não havia necessidade do levantamento "iremos nos apresentar na Dinamarca". Três concordâncias! Já estou ficando apaixonado. :-) embora você tenha dito no início “Quantas palavras desnecessárias Ed!” e no fim “Bom, acho que já falei demais ...”. Por que as minhas “palavras são desnecessárias” e você pode “falar demais”? Saúde e sorte.
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ResponderExcluirai ai ai... que punheta mental rapaz!
ResponderExcluirPessoal do Tijolo! vocês são lindos e a peça de vocês ainda mais! Continuem na estrada fazendo o trabalho de vocês que prevalece rico em poesia e em HONESTIDADE. Não percam tempo com comentários prepotentes e enciumados!
Eu, sou paulistano, amo essa cidade, sou brasileiro e amo o Brasil... mas antes de tudo sou um cidadão do mundo como qualquer pessoa... continuo apaixonado pela peça de vocês!
p.s Esse moço ficou realmente tocado com o espetáculo, não é?
Muita força!
Artur Mattar
Enquanto a mim, parabenizo o espetáculo. Sucesso ao grupo e espero que voltem a João Pessoa, desta vez com uma recepção mais decente. Abração a todos do grupo.
ResponderExcluirO que eu sinto agora? Vontade de rir! Não só pelo sentir,mas com toda a razão que há em mim.
ResponderExcluirNão irei dá palco a quem não o tem... é um pedaço de mim que "salta e me ilumina quando a noite vem" e apita os três sinais... Viva a mistura de raça e a mistura de cor, viva o Patativa do Assaré em João Pessoa, Tacaimbó, Dinamarca e no Japão. O espaço é sagrado quer respeito, o silencio pede licença no concerto para os gritos terem vez! A arrogância deixa a boca e a alma torta... Que bom dizer que os caminhos são largos e que foi feito para trasladar...Cante seu berço, derrube as estacas, abrace o outro lado, beijo o chão esturricado, é meu, é teu, é nosso, só deixo o meu cariri no último pau de arara...
ResponderExcluirBjs
Dinho Lima Flor ator Pernambucano/Paulista que viajou pra Quixeramobim, Crato/Juazeiro, João Pessoa, Dinamarca, Suécia, Assaré e os confins do mundo.
Salve Concerto de Ispinho e Fulô
Salve Piolim
Salve Vento Forte
Salve Galpão
Salve São Jorge de Variedades e o Oficina.
Salve...Salve... Salve...
Acredito que o maior problema daquela noite foi a tremenda falta de organização do SESC-PB. Não conseguiram sequer divulgar com clareza e objetividade que aconteceriam duas situações distintas em horários diferenciados. Vi pessoas que iam participar das eliminatórias do Poesia Encenada dizendo que não sabiam que haveria um espetáculo antes das apresentações. Acho que a administração do SESC-PB deveria repensar a utilização daquele pátio para alguns tipos de espetáculos. Não podemos culpar a Cia. Do Tijolo por terem concebido um espetáculo intimista, que requer silêncio e uma cumplicidade com o público – cumplicidade esta batalhada a ferro e fogo naquela noite. O espaço não era adequado e a organização do evento foi bastante falha. Desde o primeiro momento em que cheguei naquele espaço, ficou claro pra mim que haveria “choque de vontades”, e aí é exigir muito da plateia que esperava o poesia encenada para que ficasse inerte; e também é exigir demasiado dos atores da Cia. Do Tijolo para que mantivessem a linha numa situação caótica como aquela. Sou solidária ao grupo e apesar dos pesares, agradeço à Cia. do Tijolo pela oportunidade de vivenciar junto com vocês uma experiência tão rica como foi o Concerto de Ispinho e Fulô. E acho que vocês foram muito felizes em trazer o universo de Patitiva, a nordestinidade, de maneira tão respeitosa e deixando sempre claro a posição de estrangeiros inebriados e felizes em adentrar naquela riqueza toda.
ResponderExcluirOlha, só como adendo: nem todos os nordestinos, assim como a maioria dos paulistas, não chegam a ser profundos conhecedores do sertão, mas como vocês trouxeram tão bem, há o sertão de cada um, e há poesia no olhar de quem quer ver, e sentir.
Evoé! E voltem mais vezes, por favor!!
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ResponderExcluirsobre os comentários que surgiram que pra mim soaram ofensivos ao grupo afirmo que:
ResponderExcluirDizer que se pratica falta de respeito com os paraibanos só pelo motivo de se pedir silêncio é sem nexo,um espetáculo tão bonito como esse merece é muito sucesso, em relação ao barulho tenho a visão de que foi sim falta de organização por meio do SESC por não poder conter o barulho, aliás era um espetáculo íntimo para uma determinada quantidade de espectadores e ainda por cima foi cedido lugares atrás do ambiente cênico para que mais pessoas pudessem prestigiar o espetáculo, um barulho insuportável que estava sim atrapalhando, eu como espectador admito não estava conseguindo ouvir quase nada, e fiquei triste porque os atores tiveram que parar no meio do espetáculo para pedir silêncio isso implica no trabalho do ator que está com uma energia ganha e que não é fácil de resgatar novamente, que ficou perceptível isso.
A questão do acidente, é algo que pode acontecer em qualquer lugar, porque havia essa proximidade do público com o espaço cênico o que ficou interessante porque tivemos a oportunidade de participar da cena, no momento em que escrevemos o nome de nossas cidades em uma lona de caminhão nos remete a essa realidade de migração, eu me tomo como exemplo, saí do interior em busca de melhoras em João Pessoa.
Também concordo com Rebeca nessa questão de um dos atores levantar e dizer " Iremos nos apresentar na Dinamarca" e também tentem se aproximar mais da platéia que se encontra nas pontas, as vezes há um distanciamento por parte dos atores e público até mesmo por se tratar de uma arena.
Mais afinal, fiquei muito encantado com a preparação vocal do grupo, gostei muito do espetáculo assistiria tudo novamente,os atores foram nos receberam muito bem para um diálogo, foi muito bacana trocar idéias e estão de parabéns!
Muito sucesso para vocês!
A Cia de tijola acaba de passar pela minha cidade e fico Verdadeiramente triste de ver que em João Pessoa uma cidade tão hospitaleira não teve o mesmo calor que nos aqui da Cidade De Iguatu tivemos.
ResponderExcluirCerta atitude de algazarras e barulhos que interrompem e atrapalha a alma da apresentação não deve ser visto como uma atitude de preconceito da parte do grupo, muito pelo contrario qualquer tipo de atitude do grupo em palco foi dado ao respeito aos demais que foram ali para apreciar toda a poesia na qual dedicaram meses e anos de suas vidas. Para dar as cidades o melhor que o teatro brasileiro tem.
Frases Como “Aliás, gastaram boa parte de minha paciência ao entoarem o refrão de Último Pau de Arara”
ResponderExcluirOu “Prestei atenção até onde o suportei”
Citadas Pelo Ed Não São Palavras De Um Admirador Do Teatro, e muito menos de uma pessoa de respeito Por Isso Ignorem e nos o verdadeiro publico agradecemos e pedimos o retorno de seu espetáculo não só do Espinho e Fulo mias também “Uma toada para João e Maria” e “As Safadezas Do Samba”
Voltem Sempre A Iguatu & A joão Pessoa
Sobre o ocorrido durante o espetáculo Ispinho a Fulô, não posso comentar absolutamente nada, pois não estava presente.
ResponderExcluirMas, vim correndo hoje procurar algum lugar onde eu pudesse expressar o quanto me agradou "Uma Toada para João e Maria", primeiramente, pelo simples fato de me surpreender! Chegando ao SESC, estavam fazendo uma gravação e então, me perguntei onde seria o espetáculo e o iluminador, da qual não recordo o nome, me comunicou que o espetáculo seria ali, naquele palco mesmo.
Achei estranho, porém, tinha saído de casa super ansiosa e a fim de assisti-los, que me deixei levar! E como me levei, viu?
E ao contrário que li aqui, achei os atores tão próximos de nós, público, que me senti participar do espetáculo.
Achei muito bem construído o roteiro, tudo se encaixava, pra mim talvez tenha sido tão prazeroso também pelo fato da familiaridade que tenho com a música, também por a minha paixão pelo Chico e sem dúvida por conta da maravilhosa interpretação dada por Lilian Lima e Rodrigo Mercadante, juntamente com os instrumentistas, que me encantaram e me fez voltar leve para casa por ter correspondido a minha expectativa.
Espero que voltem a João Pessoa e que certas atitudes exageradas de alguns, não os façam deixar de gostar de nós, paraibanos.
Sucesso nessa caminhada e Parabéns.
Abraços.
Adorei e me emocionei com o espetáculo e todo o corpo cênico ali presente... lindo! E um beijo especial pro meu conterrâneo de Minas que mesmo imerso no universo sertanejo trouxe o cheiro e as falas da minha terra! Sigam em paz... Evoé!
ResponderExcluirJá são 4h da manhã...mas derrepente acordei com o desejo de aqui escrever o que pensava...
ResponderExcluirTudo começou no dia 27 de março (Dia Internacional do Teatro e do Circo),e lá estava eu,como todos os anos,na comemoração para o nosso amado teatro e o circo,também.O homenageado deste ano era o nosso amado e idolatrado Chico Buarque de Hollanda.Suas imagens passavam no telão e já enchiam meu coração de felicidade,carinho... Foi quando derrepende uma banda começa a tocar suas canções.Fique estagnada...pois na minha mente,não existia neste destruido planeta alguém ( ou no caso,duas pessoas ) que conseguissem transmitir,interpretar,representar as canções de Chico que chegassem aos pés do próprio,como você conseguiram.Nosso Chico..que em meu conceito não exista alguém que entenda mais a alma feminina como ele ( que cada vez mais me dá a certeza de que em todas as outras vidas ele nasceu mulher e nessa POR ENGANO,nasceu homem,mas mesmo assim,a alma feminina é latente).
Fiquei arrepiada,depois completamente dormente e logo após em estado de extase.Foi um momento e sensações que não sei nomeá-las...
Dias após fui ver o " 2 ".Contive o meu coração,afinal com tantas emoções diárias,tenho pena e mais cuidado com ele... rsrsrsrs!Mas mesmo assim,os arrepios foram constantes,principalmente na hora da música "Eu te amo",não é Lilian! rsrsrsrsrs!!!Foi maravilhoso novamente e sem palavras.
Dias após fui assistir ao espetáculo,que era algo completamente diferente das outras apresentações,mas que em momento algum deixou a desejar,muito pelo contrário,um trabalho maravilhoso,muito bem elaborado e que me ajudou a ter uma admiração por vocês maior ainda,por terem tido a sensibilidade de se entregarem tanto a um trabalho de algo completamenteeee esquecido pela história de nosso país,posso até assim dizer,pelo nosso estado (já passo falar nosso,pois estou aqui a 14 anos...rsrsrsrs).
Era tudo de uma sensibilidade,tato,tão grande,que víamos como realmente você conseguiram sentir e pegar para vocês mesmos,aquelas duas estórias (Patativa e Calderão).
Finalmente,aqui só posso deixar o meu grandeeee abraço,admiração e carinho a todos vocês,que desejo rever logo logo.Ótimaaaaa turnê para vocês,afinal "...todos artista tem de ir a onde o povo está..."
Cuidem-se
Cheirinhos
Priscilla Guedes - moradora de Fortaleza,mas Belorizontina.rsrssrsrsrs
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ResponderExcluirMaravilhosa peça! Ganhei muito com a riqueza poética, musical e histórica do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô.
ResponderExcluirParabéns a Cia do Tijolo, pela forma com que foi mostrado nosso tão pobre/rico sertão.
Espero ansiosamente que retornem à Cuiabá-MT com os outros espetáculos.
Abraço a todos.
obs.: Não sei se vocês conhecem o poeta matogrossense Manoel de Barros, caso não conheçam deêm uma procurada, pois é incrível a proximidade dele com a natureza, com sapos, pássaros, rãs e formigas. Estou certo de que, se não o conhecem, irão gostar.